Uma das ações recorrentes na agricultura é a aplicação de fitofármacos. Usualmente para a realização desta ação é utilizado um pulverizador acoplado a um trator, onde as perdas por deriva podem chegar aos 80%. Um pulverizador é um mecanismo que atomiza o fluido de pulverização (podendo ser uma emulsão, uma suspensão ou uma solução) em pequenas gotículas projetadas com pouca força por forma a serem distribuídas adequadamente. Um pulverizador convencional aplica um químico previamente misturado com transportador (normalmente água), e a pulverização é feita por meio de válvula de pressão regulável e bicos de pulverização.
A aplicação de fitofármacos por intermédio da pulverização é, ainda, o processo mais divulgado para o combate a pragas e doenças das culturas agrícolas. A pulverização consiste essencialmente em dois processos básicos: a génese das gotas desde um fluido de pulverização também designado de “calda” e o seu transporte até ao alvo biológico. O modo como são desenvolvidos estes processos de génese e transporte das gotas permite caracterizar os pulverizadores em 4 tipologias:
Pulverizadores de pressão de jato projetado;
Pulverizadores pneumáticos ou atomizadores;
Pulverizadores centrífugos;
Pulverizadores electroestáticos.
A calibração do pulverizador tem como principal objetivo garantir a qualidade da pulverização, nomeadamente para garantir a distribuição homogénea da dose de aplicação de produto fitofarmacêutico por unidade de área. Esta dose de aplicação depende da velocidade avanço, do débito dos bicos para uma determinada pressão e da largura de trabalho. No entanto, qualquer alteração aos parâmetros calibrados de pressão ou da velocidade do veículo, resulta numa aplicação a uma taxa diferente da que foi planeada.
São recorrentes exemplos de más práticas, como por exemplo acontece quando é observada uma área com maior densidade de infestantes, em que o aplicador pode aumentar manualmente a pressão de pulverização ou reduzir a velocidade do trator por forma a aplicar uma taxa superior (mas desconhecida) de herbicida, diminuindo a produtividade do trabalho, a qualidade da pulverização e aumentando o risco de “off target” com quantidades desajustadas de produto fitofarmacêutico. Também o ajustamento empírico de volumes de calda por alterações de pressão ou velocidade, o desajustamento de doses por deficiente controlo da aplicação em terrenos inclinados ou em condições de deficiente tração são comuns e apresentam graves consequências agronómicas, ambientais e económicas.
Para aumentar a eficiência da ação de pulverização, a aplicação de produtos fitofarmacêuticos deve ser feita na dose/quantidade certa, no sítio certo e no tempo certo. É por esse motivo que surge o conceito de pulverização de precisão baseada em aplicação a taxa variável (VRA - Variable-Rate Application). Há uma variedade de tecnologias associadas ao conceito de aplicação a taxa variável (VRA) que podem ser usadas com ou sem recurso a sistema GPS.
A solução SPIN irá incorporar o conceito de Pulverização de precisão aliada à tecnologia VRA, com o desenvolvimento de um pulverizador mais eficiente e sustentável. Os primeiros resultados do projeto serão lançados brevemente no website. Fique atento!